Luz do Ceará
9 de janeiro de 2013 - 13:38
Título: Dolentes – 3º edição
Série: Luz do Ceará
Autor: Lívio Barreto
Organização: Braga Montenegro
Apresentação: Sânzio de Azevedo
Apêndice: Waldemiro Cavalcânti
Coordenação Editorial: Moacir Ribeiro da Silva e Jorge Pieiro
Coedição: Secult – Edições UFC
Assunto: Literatura Poesia
Nº de páginas: 240
Dimensões: 14,2 x 20,8 cm
Outros: Lápis de Otacílio de Azevedo.
Ano de publicação: 2009
Sinopse: Livro maior do Simbolismo no Ceará, obra póstuma de Lívio Barreto (1870-1895), um dos fundadores do grêmio Padaria Espiritual. O livro foi publicado em 1897, por amigos, após a sua morte.
Biografia breve do Autor:
Lívio Barreto nasceu na fazenda dos Angicos, distrito de Iboaçu, comarca de Granja, Ceará, em 18 de fevereiro de 1870. Cedo, tinha apenas o Ensino Primário, teve que abandonar os estudos para atuar como caixeiro no comércio. Foi quando conheceu o magistrado Antônio Augusto de Vasconcelos que o ensinava, nas horas de folga, lições de Português, Geografia e Francês. Assim, com amigos, fundou o jornal literário Iracema publicando seus primeiros versos e crônicas humorísticas. Com esperanças de conseguir melhor condição de vida, viajou ao Pará (1888) onde teve acesso à leitura dos maiores poetas portugueses e conheceu João de Deus do Rego, que contribuiu para a formação de sua orientação literária. Em 1891, com beribéri e saudoso de casa, retornou ao Ceará. Nesse período, viu-se envolvido por uma intensa e triste paixão que o acompanharia até os últimos de seus versos e suspiros. Ainda em 1891, publicou “Versos a Estela”, além de sonetos e crônicas em A Luz. Em fevereiro de 1892, na busca do poético “fugir para esquecer”, dirigiu-se a Fortaleza, passando a trabalhar como caixeiro e a publicar versos no Libertador. Fundou e participou, como “Lucas Bizarro”, da agremiação literária Padaria Espiritual. Porém, desgostoso com o seu ofício no comércio, retornou à Granja (junho de 1982) a bordo do vapor Alcântara que naufragou, lançando ao mar revolto seus livros e um poema inédito. Em 1893, ingressou na Companhia Maranhense de Navegação a Vapor, em Camocim, na qual, sobre sua banca, na tarde de 29 de setembro de 1895, caiu morto.
Título: A Estrutura Desmontada – 2º edição
Série: Luz do Ceará
Autor: F.S. Nascimento
Apresentação: Newton Gonçalves
Orelha: Fábio Lucas
Coordenação Editorial: Moacir Ribeiro da Silva e Jorge Pieiro
Coedição: Secult – Edições UFC
Assunto: Literatura Crítica Literária
Nº de páginas: 192
Dimensões: 14,2 x 20,8 cm
Ano de publicação: 2009
Sinopse: Estudo do acadêmico F.S. Nascimento sobre as obras Os Amigos do Governador e Barra da Solidão, do jornalista cearense Durval Aires. Verdadeira e criteriosa aula de análise dos recursos de produção e criatividade literária.
Biografia breve do Autor: não disponível
Título: Américo Facó: Obra Perdida
Série: Luz do Ceará
Autor: Américo Facó
Apresentação: Floriano Martins
Coordenação Editorial: Raymundo Netto
Edição: Secult
Assunto: Literatura Poesia/Narrativas
Imagem de capa: “Américo Facó”, óleo sobre madeira de Otacílio de Azevedo.
Nº de páginas: 160
Dimensões: 14,2 x 20,8 cm
Ano de publicação: 2010
Sinopse: Obra completa de Américo Facó: Sinfonia Negra (1946), coletânea de narrativas envolvendo a cultura negra, e Poesia Perdida (1951), poemas, ambas publicadas no Rio de Janeiro.
Biografia breve do Autor:
Américo Facó, jornalista, poeta e escritor, nasceu em Beberibe, Ceará, em 21 de outubro de 1885. Seu pai o enviou a Fortaleza para completar os estudos no Liceu do Ceará. Nos próximos dois meses, após a conclusão dos preparatórios do Liceu, foi professor do Instituto de Humanidades de Joaquim Nogueira. Em seguida, passou a dedicar-se à literatura e ao jornalismo no Jornal do Ceará, de Waldemiro Cavalcanti (posteriormente de Agapito dos Santos), no qual, além de publicar seus sonetos, assinava a coluna “Olho da Rua” (entre 1907 e 1908). Também em 1908 publicava no Álbum Imperial, de São Paulo. Como João Brígido, d’Unitário, assumiu forte resistência à oligarquia de Nogueira Acioly, Presidente da Província, o que lhe rendeu, em represália, em 21 de dezembro de 1908, uma violenta e quase trágica surra por parte de policiais. Assim, aos 25 anos (1910) viu-se forçado a mudar-se para o Rio de Janeiro, na época a capital brasileira. Trabalhou em diversos jornais, fundou e dirigiu revistas como a Ideia Ilustrada (1924) — que tinha dentre os colaboradores o amigo Sérgio Buarque de Holanda —, Estética (1924), O Espelho (1930) e Pan (que sob sua direção, em 1940, publicou “Triunfo”, o primeiro conto de Clarice Lispector). Foi um dos fundadores da Agência Brasileira de Notícias (1924), diretor do Instituto Nacional do Livro e redator de debates do Senado Federal. Durante alguns anos dirigiu a parte literária da revista Fon-Fon. Publicou Sinfonia Negra em 1946 e, em 1951, Poesia Perdida. Faleceu no Rio de Janeiro em 3 de janeiro de 1953.
Título: Artecrítica (coletânea de textos de artigos de Estrigas para jornais)
Série: Luz do Ceará
Autor: Estrigas
Revisão de Edição: Cristina Holanda (também assina a orelha do livro) e Ana Amélia Rodrigues de Oliveira
Apresentação: Régis Lopes
Coordenação Editorial: Moacir Ribeiro da Silva e Jorge Pieiro
Coedição: Secult – Edições UFC
Assunto: Visão e crítica artística (artigos)
Nº de páginas: 288
Dimensões: 14,2 x 20,8 cm
Outros: Pintura, em tons de cinza, de Estrigas.
Ano de publicação: 2009
Sinopse: Coletânea de artigos assinados por Estrigas, artista e memorialista, e publicados em jornais de Fortaleza desde 1958. Uma rica seleção que revela e constroi um panorama das artes cearenses.
Biografia breve do Autor:
Nilo de Brito Firmeza, o Estrigas, cearense de Fortaleza, nasceu em 19 de setembro de 1919. Odontólogo por formação integrou-se ao grupo da SCAP (Sociedade Cearense de Artes Plásticas) em 1950. Em 1953 foi seu Presidente. Escrevendo, colaborou em diversos órgãos de imprensa local, comentando artes e artistas, além de outros aspectos do trabalho artístico, fazendo apresentação, em catálogo, de inúmeros expositores, além de participar do júri de muitos Salões de Artes. Pintando, participou de mostras artísticas do Estado e expôs em individuais. Em 1969 fundou o mini-museu Firmeza com um acervo de slides, jornais, revistas, catálogos e fotografias de momentos e peças que representam um recorte da história das artes no Ceará.
Título: Autobiografia
Série: Luz do Ceará
Autor: Alberto Porfírio
Apresentação: Orlando Queiroz
Esboço Biográfico: Arievaldo Viana
Coordenação Editorial: Raymundo Netto
Imagem de capa: Foto colorizada de Alberto Porfírio
Ilustrações do miolo: Alberto Porfírio
Outros: Capa do primeiro folheto de Alberto Porfírio e fotos
Assunto: Biografia – Literatura de Cordel
Nº de páginas: –
Dimensões: 14,2 x 20,8 cm
Ano de publicação: 2010
Sinopse: Biografia descrita por Alberto Porfírio de forma original e criativa, contando a sua vida, na maioria das vezes, por meio da poesia. O texto desfila, segundo o Autor, de 1926 a 2006 (o biografado faleceu em 2009).
Biografia breve do Autor:
Alberto Porfírio, poeta popular, xilogravurista e escultor, nasceu, numa família de sete filhos, em Quixadá, Ceará, em 23 de dezembro de 1926. Porfírio desenvolveu sua leitura por meio de cordéis de Leandro Gomes de Barros, João Martins de Ataíde, Luís da Costa Pinheiro e outros. Com a seca de 42, em plena II Grande Guerra, partiu, com a viola e cantoria, para ganhar a vida. Porém, alistou-se como “soldado da borracha”, desistindo pouco antes da partida. O navio que levou os demais companheiros foi torpedeado e todos mortos. Retornou aos estudos com mais idade, estudando na sala ginasial ao lado da de seu filho mais velho. Mais tarde, tornaria-se professor pela Universidade Federal do Ceará. Foi autor de centenas de folhetos de cordéis e, dentre as suas obras, Poetas Populares e Cantadores do Ceará (1977), O Livro da Cantoria (1997) e outras, inclusive, inéditas. Viajou pelo Brasil divulgando a arte do repente, da cantoria e a poesia popular; participou de pelejas, congressos e da fundação da Casa do Poeta Brasileiro em Brasília; ministrou cursos de cantoria pelo rádio e criou esculturas em diversas partes do Brasil, dentre as quais a do Cego Aderaldo e de Domingos Fonseca. Depois de sofrer um Acidente Vascular Cerebral que o debilitou, decidiu escrever sua Autobiografia oferecendo-a para publicação desta Secretaria da Cultura, após ser, por ela, homenageado em sua Feira do Sebo. Bastante conhecido e admirado no meio da cantoria e do cordel, estranhamente, nunca obteve o devido reconhecimento pela mídia. Faleceu em Fortaleza, em 23 de setembro de 2009.
Título: Coroa de Rosas e Espinhos – 2ª edição
Série: Memória (Fac-Similar)
Autor: Mário da Silveira
Apresentação: Roberto Pontes
Estudo Introdutório: Tito Barros Leal
Prefácio (à primeira edição): Antônio Sales
Apêndice: ensaio de Edigar de Alencar
Coordenação Editorial: Raymundo Netto
Edição: Secult
Assunto: Literatura Poesia
Nº de páginas: 125
Dimensões: 14,2 x 20,8 cm
Outros: Foto de Mário da Silveira, capa da 1ª edição de Coroa de Rosas e de Espinhos (1922) e óleo sobre madeira de Otacílio de Azevedo.
Ano de publicação: 2010
Sinopse: Livro póstumo de poesias de Mário da Silveira, composto também da homenagem de amigos como Mário Linhares, Sales Campos, Gastão Justa e Sidney Netto. Na organização para nossa Coleção, anexamos-lhe, na grafia original, o No Silêncio da Noite (fragmentos), publicado em 1916, e A Eterna Emotividade Helênica, conferência proferida por ele na Casa de Juvenal Galeno, em 1919.
Biografia breve do Autor:
Mário da Silveira, poeta, nasceu em Fortaleza, Ceará, em 17 de setembro de 1899. Filho de Raimundo da Silveira Gomes e Teodolinda Matos da Silveira, estudou nos colégios N.Sª. do Carmo e no Instituto de Humanidades. Grande leitor de clássicos, erudito e precoce, publica, em 1916, No Silêncio da Noite: fragmentos (de um de seus poemas) pela Tipografia de Irmãos Jatahy. Em 1919 realiza a conferência A Eterna Emotividade Helênica na programação da Casa de Juvenal Galeno. Em breve passagem pelo Rio de Janeiro, trabalhou como secretário de João do Rio, em A Pátria, cultivando amizade com Raul de Leoni e Ronald de Carvalho. Em 1920/21, bem antes da Semana de Arte Moderna (1922) em São Paulo e da chegada, nas livrarias, de Luz Mediterrânea, de Raul de Leoni, escreve o inquietante poema “Laus Purissimae”, composto não somente de versos polimétricos, mas de versos livres, o que o credencia como legítimo precursor da corrente modernista no Ceará. Em 1921 retorna a Fortaleza e, neste ano, na noite de 22 de julho, com pouco mais de 21 anos, é brutalmente alvejado por cinco tiros, em plena Praça do Ferreira, o “coração da cidade”. Coroa de Rosas e de Espinhos foi publicado por amigos e admiradores, após a sua morte, numa tiragem de apenas 500 exemplares. O estudo O Canto da Beleza Nova, comentado por Sales Campos, permanece inédito.
Título: Dolentes – 3º edição
Série: Luz do Ceará
Autor: Lívio Barreto
Organização: Braga Montenegro
Apresentação e Notas: Sânzio de Azevedo
Apêndice: Waldemiro Cavalcânti
Coordenação Editorial: Raymundo Netto
Edição: Secult
Assunto: Literatura Poesia
Nº de páginas: 244
Dimensões: 14,2 x 20,8 cm
Outros: Lápis e óleo em tela de Otacílio de Azevedo; Capa da 1ª edição de Dolentes, acervo de Sânzio de Azevedo; foto colorizada de Lívio Barreto, acervo de família; texto póstumo de Juvenal Galeno a Lívio Barreto.
Ano de publicação: 2010
Sinopse: Livro maior do Simbolismo no Ceará, obra póstuma de Lívio Barreto (1870-1895), um dos fundadores do grêmio Padaria Espiritual. O livro foi publicado em 1897, por amigos, após a sua morte.
Biografia breve do Autor:
Lívio Barreto nasceu na fazenda dos Angicos, distrito de Iboaçu, comarca de Granja, Ceará, em 18 de fevereiro de 1870. Cedo, tinha apenas o Ensino Primário, teve que abandonar os estudos para atuar como caixeiro no comércio. Foi quando conheceu o magistrado Antônio Augusto de Vasconcelos que o ensinava, nas horas de folga, lições de Português, Geografia e Francês. Assim, com amigos, fundou o jornal literário Iracema publicando seus primeiros versos e crônicas humorísticas. Com esperanças de conseguir melhor condição de vida, viajou ao Pará (1888) onde teve acesso à leitura dos maiores poetas portugueses e conheceu João de Deus do Rego, que contribuiu para a formação de sua orientação literária. Em 1891, com beribéri e saudoso de casa, retornou ao Ceará. Nesse período, viu-se envolvido por uma intensa e triste paixão que o acompanharia até os últimos de seus versos e suspiros. Ainda em 1891, publicou “Versos a Estela”, além de sonetos e crônicas em A Luz. Em fevereiro de 1892, na busca do poético “fugir para esquecer”, dirigiu-se a Fortaleza, passando a trabalhar como caixeiro e a publicar versos no Libertador. Fundou e participou, como “Lucas Bizarro”, da agremiação literária Padaria Espiritual. Porém, desgostoso com o seu ofício no comércio, retornou à Granja (junho de 1982) a bordo do vapor Alcântara que naufragou, lançando ao mar revolto seus livros e um poema inédito. Em 1893, ingressou na Companhia Maranhense de Navegação a Vapor, em Camocim, na qual, sobre sua banca, na tarde de 29 de setembro de 1895, caiu morto.
Título: Minha Terra – 2ª edição
Série: Luz do Ceará
Autor: Antônio Sales
Apresentação e notas: Sânzio de Azevedo
Coordenação Editorial: Raymundo Netto
Edição: Secult
Assunto: Literatura Poesia
Imagem de capa: “Antônio Sales”, óleo sobre madeira de Otacílio de Azevedo.
Dimensões: 14,2 x 20,8 cm
Ano de publicação: 2010
Sinopse: Obra parnasiana de Antônio Sales, publicada em 1919, embora escrita durante seu “exílio forçado” de sete meses na cidade gaúcha de Rio Grande, em 1904. Segundo Sânzio de Azevedo, Minha Terra é “o ponto mais alto do telurismo do poeta e o testemunho mais robusto de seu profundo amor á terra que o viu nascer”.
Biografia breve do Autor:
Antônio Sales nasceu em Paracuru (antigo Parazinho), em 1868. Aos 14 anos veio a Fortaleza, onde trabalhou como caixeiro em casas comerciais. Publicou seu primeiro soneto em A Quinzena, do Clube Literário (1886). Estreou, em livro, com Versos Diversos (1890). Aos 22 anos, era funcionário Público. Mais tarde, Secretário da Justiça e Interior e, em 1893/96, Deputado Provincial. Em 1892 fundou, como “Moacir Jurema”, o grêmio literário mais original da história cearense, a Padaria Espiritual, formulando seu famoso Programa de Instalação. Em 1896, transferiu-se para o Rio de Janeiro quando ingressou no Tesouro Nacional. Conhecido como idealizador e correspondente da Padaria Espiritual, foi rapidamente acolhido, destacando-se como uma grande expressão de seu tempo. Em 1901 era um dos redatores do Correio da Manhã. No Rio, tinha a amizade de Machado de Assis, Afonso Celso, Olavo Bilac, Lúcio de Mendonça, Graça Aranha e outros. Por solicitação de José Veríssimo, biografou os quarenta imortais da Academia Brasileira de Letras na Revista Brasileira. Dentre suas obras: A Política é a Mesma (em parceria com Alfredo Peixoto, 1891), Trovas do Norte (1895), Poesias (1902), Aves de Arribação (em livro, 1914), Minha Terra (1919), Panteon (opúsculo, 1919), O Mata-Pau (1931), Retratos e Lembranças (1938) e, postumamente, Águas Passadas (1944) e Fábulas Brasileiras (1944). Em 1920 retorna ao Ceará, onde falece em 1940.
Título: Romanceiro de Bárbara
Série: Luz do Ceará
Autor: Caetano Ximenes de Aragão
Apresentação: Francisco Carvalho
Estudo Biobliográfico: Alves de Aquino
Coordenação Editorial: Raymundo Netto
Edição: Secult
Assunto: Literatura Poesia
Imagem de capa: “Caetano Ximenes Aragão”, por João Monteiro, acervo da família do autor.
Nº de páginas: 140
Dimensões: 14,2 x 20,8 cm
Ano de publicação: 2010
Sinopse: Obra de grande importância literária do poeta Caetano Ximenes Aragão. Composto por 77 poemas, o “poema-livro” retrata a personagem Bárbara de Alencar e os eventos da Confederação do equador. Segundo Alves de Aquino “(…) o poeta transfigura a personagem, dela extraindo todo o potencial mítico e supra-histórico. Pairará a imagem da Matriarca para além da limitação temporal, numa transmutação de sua pessoa na própria encarnação da rebeldia e da liberdade que, em si mesmas, não têm tempo: “Bárbara não tinha idade/ cinquenta e sete janeiros/ era a idade do seu sonho”. A Mulher transforma-se em símbolo, em sinal transtemporal de uma poética que, a exemplo de Pessoa e de Mensagem, fundem fato e mito numa única apresentação de realidade. Porque a Bárbara de Caetano Ximenes ultrapassa as dimensões da espaciotemporalidade, pode percorrer todo o poema-livro, “livre do dilema”, personificada ou, melhor, transubstanciada no “sal da terra”, no “primeiro canto”, na “boa-nova”.
Biografia breve do Autor:
Caetano Ximenes de Aragão nasceu em 24 de fevereiro de 1927, em Alcântaras, Ceará. Filho de Roberto e Edite Ximenes de Aragão, concluiu o curso Primário em Sobral. Na década de 40, seu pai o matriculou no Colégio Castelo Branco, em Fortaleza. Após a conclusão do Ginasial, e por não haver escola médica no Ceará, dirigiu-se a Salvador, Bahia, onde concluiu o Científico, ingressando – o mais jovem entre os colegas – na Faculdade de Medicina da Universidade Federal. Graduado em 1952, foi orador de sua turma. Clínico, regressou a Alcântaras onde passou a consultar, gratuitamente, durante um mês, para os pobres do município, logo depois exercendo o ofício em Tianguá. Médico de natureza extremamente humanista e coletiva, exerceu sua admirável carreira em Fortaleza no Hospital Geral (HGF) e Instituto José Frota. Talvez como compensação às dores que presenciou, confeccionou os versos que, em 1975, enfeixaram O Pastoreio da Nuvem e da Morte, seu primeiro livro, prefaciado pelo amigo Francisco Carvalho. Dividido entre a Medicina e a Literatura, participou, em 1979, da Revista Siriará, com o poema “Do Gênese”. Em 1980, viria o épico livro-poema Romanceiro de Bárbara, em que ainda mais amplamente apareciam os anseios de transformação social do Poeta, simpatizante confesso do Socialismo. Seguem-se Sangue de Palavra (1981), Canto Intemporal (1982) e Caetanias (1985). Foi, então, acometido de grave enfermidade que, em apenas dois meses, em 14 de julho de 1995, o fez desviver. Deixou inéditos o humorado Ilha dos Cornos e Canto pela Paz, ambas publicações póstumas de 1996 e 2004, respectivamente.